domingo, 1 de julho de 2012
CALMA E O GRITO - a necessidade de CONHECER A SI MESMO
. . . Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos :
. . . "Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas ?"
. . . "Gritamos porque perdemos a calma", disse um deles.
. . . "Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?", questionou novamente o pensador.
. . . "Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça", retrucou outro discípulo. . . . E o mestre volta a perguntar :
. . . "Então não é possível falar-lhe em voz baixa ?"
. . . Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador. . . . Então ele esclareceu :
. . . "Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido ?"
. . . O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas,
seus corações se afastam muito.
Para cobrir esta distância
precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente.
Quanto mais aborrecidas estiverem,
mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro,
através da grande distância.
. . . Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas ?
Elas não gritam. Falam suavemente.
. . . E por quê ?
Porque seus corações estão muito perto.
A distância entre elas é pequena.
Às vezes estão tão próximos seus corações,
que nem falam, somente sussurram.
. . . E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar,
apenas se olham, e basta.
Seus corações se entendem.
. . . É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.
. . . Por fim, o pensador conclui, dizendo :
. . . "Quando vocês discutirem,
não deixem que seus corações se afastem,
não digam palavras que os distanciem mais,
pois chegará um dia em que a distância será tanta
que não mais encontrarão o caminho de volta".
Para Refletir
Contam que, uma vez, se reuniram os sentimentos e qualidades dos homens em um lugar da terra. Quando o ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, lhes propôs: - Vamos brincar de esconde-esconde? A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou: Esconde-esconde? Como é isso? - É um jogo, explicou a LOUCURA, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo. O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA. A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou convencendo a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada. Mas nem todos quiseram participar. A VERDADE preferiu não esconder-se, para quê? Se no final todos a encontravam? A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não arriscar-se. - Um, dois, três, quatro... - começou a contar a LOUCURA. A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre caiu atrás da primeira pedra do caminho. A FÉ subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço, tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta. A GENEROSIDADE quase não consegue esconder-se, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos - se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim, acabou escondendo-se em um raio de sol. O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cómodo, mas apenas para ele. A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris), e a PAIXÃO e o DESEJO, no centro dos vulcões. O ESQUECIMENTO, não recordo-me onde escondeu-se, mas isso não é o mais importante. Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.999, o AMOR ainda não havia encontrado um local para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou um roseiral e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores. - Um milhão - contou a LOUCURA, e começou a busca. A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com Deus no céu sobre zoologia. Sentiu-se vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões. Em um descuido encontrou a INVEJA, e claro, pode deduzir onde estava o TRIUNFO. O EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas. De tanto caminhar, a LOUCURA sentiu sede, e ao aproximar-se de um lago descobriu a BELEZA. A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem decidir de que lado esconder-se. E assim foi encontrando a todos. O TALENTO entre a erva fresca; a ANGÚSTIA em uma cova escura; a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano); e até o ESQUECIMENTO, a quem já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde. Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local. A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta, e em cima das montanhas. Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito. Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos. A LOUCURA não sabia o que fazer para desculpar-se chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia. Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na terra: O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.
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